segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!
(Florbela Espanca)


Passei mais um final de semana excelente: sexta de rock, sábado de gafieira, domingo com os amigos... mas me equivoquei, por justamente parecer com Florbela, por querer demais.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

música 1: Mistério do Planeta
Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola

música 2: Bom senso
Já virei calçada maltratada
E na virada quase nada
Me restou a curtição
Já rodei o mundo quase mudo
No entanto num segundo
Este livro veio à mão
Já senti saudade
Já fiz muita coisa errada
Já pedi ajuda
Já dormi na rua
Mas lendo atingi o bom senso
A imunização racional


adoro essa versatilidade
dessa minha vida de solteira.
Novos Baianos e Tim Maia fizeram parte desses três dias
tão perfeitos,
tão gostosos, tão único.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

momentos


essa, eu adoro.




GITA

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado...

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar...

Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o mêdo de amar...

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou..

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição...

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...

Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar...

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim...

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor...

Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo...

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão...


!Se eu tivesse uma escova GIGANTE
Lavaria a LAPA com desinfetante!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

de um jeito diferente,
parece q eu estou voltando
pro seio de onde vim.
sofri transformações,
nada me garantiu abrigo
a vida é apenas
um espaço possível
mas não certo.
e hoje,
com uma bagagem farta,
consigo ver o q não via antes
e me sinto bem
por saber q não há garantia
saber que eu posso me abrigar
em mim mesma
meus sonhos
e q as escolhas
foram minhas
a todo momento,
em todo tempo
hoje me descubro uma meia menina
meia mulher
perdida
mas caminhando
em busca do desconhecido
(no caminho contrário do que se conhece)
sem definir
sem dar fim,
conhecendo, aprendendo, criando
e suponho
q existem lugares que não cabem mais em mim
outros, são largos
e são nesses,
nesses espaços largos
que encontro a possibilidade de crescer.
"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu."


Fernando Pessoa
Para pegar um bronzeado bonito precisa mais de uma hora de praia, precisa q seja algo cotidiano, cada dia um pouquinho, com filtro solar, pra se proteger e não descascar depois.
Para ficar sequinha e definida exige bem mais do que apenas 45 minutos (em um único dia correndo na esteira) e uma carga pesada de exercícios para a bunda e abdominal, é necessário ir todo dia a academia e arregassar as mangas, literalmente suar a camisa e malhar malhar malhar!
Com um relacionamento tbm é assim, não achamos nada pronto, a relação se constitui a medida em q aos pouquinhos vamos conhecendo um ao outro, e ai construimos juntos uma relação seja ela qual for.
E tudo na vida é assim, e mesmo sabendo disso, desse esforço que é necessário, ainda assim temos urgência em tudo. queremos respostas e responder a todo tempo. não gostamos de ser questões e nem de não ter o que responder. não gostamos de perguntas.
E aí eu me venho perguntando: será q a vida é como aquela aula de redação dos tempos de colégio? Pq nos exigimos o padrão de começo, meio e fim? Pq não embaralhar tudo? pq não ter fim? pq não ter por onde começar?
eu me cobro o tempo todo, e cobro obediência a alguém, a algum horário, a alguma coisa, qquer coisa, foi assim q aprendi a vida inteira: ter alguém controlando, nem q seja eu mesma, mas vigiando, cobrando e punindo se necessário... cosntruí algo doentio dentro de mim, e não tem sido fácil me livrar disso.
sofro por questionar, por pensar... seria mais fácil se eu deixasse tudo como tá, mas não dá.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas."

Manoel de Barros