sábado, 20 de dezembro de 2008

Lucrécia

Lucrécia tinha 20 e poucos, curtia ouvir B.B. King, Jimi Hendrix, Eric Clapton, Buddy Guy mas sua preferida era Janis Joplin. Ela não entendia muito de música, mas gostava de ouvir, fazia bem a ela, sua alma era aberta, seus sentimentos eram expostos, era uma sensação boa.
Gostava de levar sua vida com muito bom humor, se empolgava nas festas, era espivitada com os amigos, e as vezes um pouco escandalosa. Mas não se importava com o que os outros diriam ou iam pensar sobre sua alegria que radiava em seus olhos.
Lucrécia achava que se apaixonar era bobagem, perda de tempo. Gostava de ter tempo para ela mesma, para curtir a vida do jeito que queria sem muitas censuras, sem muitos blá blá blá. Para ela, não havia sentido na paixão , ao contrário, era uma forma alienante e imaginária de ver o mundo, era uma fantasia tosca e muitas vezes cruel, era algo contrário a razão, constava na perda de controle sobre sua vida. Mas ela não nega que gostaria de correr todos esses riscos de novo, e se apaixonar por alguém.
Ela queria contituir uma família, ter filhos e um bom pai para esses filhos. Um homem que iria ajudá-la na criação, que iria levar ela e as crianças para viajar, para conhecer novos universos. Um homem que a completaria, que a faria perder o fôlego, que a tiraria a paz e que consequentemente a traria uma nova paz. Um homem que fosse inteligente, astuto. Um homem que fosse homem, sem frescuras, sem essas coisas de ser metrossexual. Não precisava ser bonito, mas tinha que ter algo a qual ela nomeou de borogodó. E claro, um homem que também fosse apaixonado por ela.
Lucrécia tinha uma família conservadora, e ela era uma transgressora. Não tinha facilidade de acatar ordens, era questionadora, crítica, tinha sua opinião própria. Era geniosa, tinha uma personalidade forte, mas gostava de Coca-Cola.
Não era a mais certa do mundo e nem a mais errada. Em algumas coisas tinha dificulades, outras facilidades. Queria ser diferente, nunca gostou de ser igual, embora muitas vezes sem perceber, fazia coisas bem comum a todos. Mas ela tinha um diferencial que ninguém sabia ao certo o que era.
Lucrécia, desde criança era vaidosa, gostava de se arrumar, de moda, de vestido, de flor, de estampa, de brincos, cordões, pulseiras e anéis. Se fosse necessário mudar algo em sua aparência para receber um elogio, ela mudava. Adorava ouvir elogios. E se deprimia quando não se sentia bem diante do espelho.
Lucrécia mudou mais do que as outras pessoas na transição entre a infância e a fase adulta. Parece que Lucrécia teve duas vidas totalmente diferentes. O único traço que ligava suas "duas vidas" era sua personalidade extrovertida.
Lucrécia luta muito contra seus desejos. Ela não é libertina no que diz respeito a fazer algo que pode machucar e magoar outras pessoas e até mesmo ela própria. Lucrécia gosta de fazer o bem. As vezes é metida, mas não sente prazer em ser arrogante. Ela prefere a simplescidade, embora muitas vezes tenha sido fútil. E é por isso que ela tem uma eterna luta contra seus desejos.
Lucrécia é transparente, gosta de falar e ouvir a verdade, prefere ser honesta consigo e com quem está ao seu lado. As vezes se cala, mas se sente mal por omitir. Já errou muito, mas pretende não comete-los mais.
E já ia me esquecendo de dizer que Lucrécia gosta de sentir a presença de Deus, de se sentir cuidada e envolvida por amor, carinho e afeto. Lucrécia também gosta do cheiro do mar, de ver o mar, de nadar no mar. E de todos os instrumentos musicais o barulho do baixo é o que ela mais gosta de escutar.
Lucrécia é assim. Uma pessoa aparentemente normal, como todas as outras, mas no fundo no fundo, diferente das demais.

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