terça-feira, 20 de julho de 2010

A pele é permeável e impermeável. Ela é superficial e
profunda. (...) É regeneradora (...). É elástica mas um pedaço de pele retirado do
conjunto se retrai consideravelmente. Ela atrai investimentos libidinais tanto
narcísicos como sexuais. É o lugar do bem-estar e também da sedução. Ela nos
fornece a mesma quantidade de dor e de prazer. Ela transmite ao cérebro as
informações provenientes do mundo exterior, inclusive mensagens “impalpáveis”
(...) A pele é sólida e frágil. Está a serviço do cérebro mas ela se regenera enquanto
que as células nervosas não o podem fazer. (...) Ela traduz por sua finura, sua
vulnerabilidade, nosso desamparo originário, maior que o de todas as outras
espécies e, ao mesmo tempo, nossa flexibilidade adaptativa e evolutiva. (...) Tem,
em todas estas dimensões que acabo de revisar de forma incompleta, um papel de
intermediária, de entremeio, de transicionalidade. (ANZIEU, D. 1989, pp. 19 a 20)

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