segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Amparar o outro na queda...

...não para evitar que caia, nem para que finja que a queda não existe ou tente
anestesiar seus efeitos, mas sim para que possa entregar-se ao caos e dele extrair uma nova
existência. Amparar o outro na queda é confiar nessa potência, é desejar que ela se
manifeste. Essa confiança fortalece, no outro e em si mesmo, a coragem da entrega...

...Às vezes as pessoas vivem como vítimas porque acreditam ser possível evitar de cair; neste caso, quando caem, ou se paralisam de terror ou se destroem. É o modo dramático. Outras vezes, conseguem entregar-se à queda e problematizá-la, porque sabem que cair é inevitável e que de dentro da queda é possível reerguer-se transmutado, embora não haja qualquer garantia de que isso vá de fato acontecer.

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