segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Parar

A gente se entope de informação, pela internet, redes sociais, pela televisão e até mesmo pelo rádio... Aí chega em casa e tem que fazer comida, lavar a louça, limpar a casa, botar roupa pra bater, estender roupa no varal, dobrar e guardar... como se não bastasse ainda tem trabalho pra dar conta e estudo pra caramba. No tempo de folga, a gente se entope de filmes na tv, barzinhos, cinema, teatro, família, dorme, sei lá... e aí eu me pergunto: quando foi que estivesse só comigo mesma? Semana passada, cheguei em ksa de viagem e dormi de tão cansada. Depois parei aqui na janela da sala, vieram reflexões e memória. Primeiro pensamento foi que eu vivo em um mundo de urgências e tecnologias que não me deixam parar, nem pra ficar no silêncio e nem mesmo para pensar. E quando eu paro posso ter ideias paranóides, como que algum vizinho esteja me filmando ou figiando. Depois olhei pro céu, vi ele azul e um pedaço de uma pedra q serve como heliporto atrás dos prédios, tbm vi um pedaço da favela e crianças subindo a rua com uniforme, presumo que voltando do colégio, comecei a pensar q a vida passa muito rápido e com urgência a gente vai crescendo e pensando bem mais de como sera nosso futuro do q o que tem acontecido conosco no presente. O presente como o próprio nome diz eh um presente e eu fiquei pensando que existe mt sentimento e acontecimento que o tempo (tão curto por ser tão ocupado) não tem dado conta, pq simplesmente a gnt não parar pra sentir. Às vezes eu sinto com os pés, em movimento... o pensamento invade o corpo. Parar para sentir aqui não é necessariamente parar, mas é estar atento as sensações e percepções sobre si mesmo, sobre a vida. Doce solidão e permissão que me faz pensar e sentir. Solidão desejante. "Servi-se da solidão como um meio de multiplicar-se numa linha de fuga criadora" como diria Godard. E dessa vez sem falta de ar, sem angustia... Ter em mim o que eu quero pra mim. Liberdade de poder ser quem eu sou. O que mais quero sentir? O que mais quero pra mim? Chega, só quero sentir q estou viva. E assim me sinto agora, sem televisao ligada, sem redes sociais, sem computador e isso me basta agora. Mas sinto que esse bem estar e amadurecimento vem com o tempo... logo o tempo que não me faz parar, que muitas vezes me impede de sentir. Sei lá viu... é difícil juntar animo para descer ao mundo.

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