terça-feira, 28 de julho de 2009

meu dia

Pra ter forças, ontem encontrei com as meninas, busquei cada uma em sua casa pra gente dar um rolé... de tantos rolés e perigos nas ruas trirrienses (pode ser por eu estar na direção) resolvemos ainda dentro do carro parar na praça pra conversar, eis que chega mais uma do bando das 8 que andávamos no colégio. Me distraí, foi muito bom ver que crescemos: umas já formadas, outras pensando em casamento, e outras (como eu) nem querendo casar e nem querendo formar. (risos) o fato é que realmente me distraí e algumas respostas surgiram. São nesses pequenos encontros que a vida se faz.
Hoje, resolvi passear a tarde com a Dedé, minha priminha de 7 anos, fomos as compras: rodamos todo comércio de três rios, saimos cheias de sacolas e felizes com que compramos! Depois a levei na natação e lembrei tanto da minha infância e de como era cheia de atividades! (acho q essa é uma das razões de eu ser tão agitada, ansiosa e elétrica) Lembro-me que tinha de ir na natação, ballet, sapateado, aula de piano, inglês e Kumon. E ainda tinha tempo de brincar, mas de dormir não. hehehe Foi tão bom ficar ali sentada vendo a dedé nadar e ir me convocando a lembrar do passado.
Três Rios é pacato, mas o custo de vida é bem baixo. Aqui aproveitamos muito bem nosso tempo, afinal nem trânsito existe! Não sei, mas tenho vontade de voltar a morar neste lugar... não sei se é pelo conforto da minha casa, de ter um carro, não sei se é pq aqui me sinto acolhida, tenho amigos pelos quatro cantos da cidade, não sei se é pq quero cronstruir minha família numa cidade menos violenta e com mais liberdade. Penso que, se eu quiser ir pra farra é só pegar o carro e em menos de duas horas tô no apto de copa, passo um final de semana no rio, especificamente para o meu lazer, como gosto! Mas eu nunca imaginei q pensaria em volta pra cá.
Hoje foi bom, encontrei na rua as duas moças que trabalharam aqui em casa, abracei-as tããão forte, senti saudades de quando eu era paparicada, da comidinha da ivone de qd eu chegava do colégio, da casa sempre limpinha, e das roupas lavadas e passadas em minha cama. Depois fui pra casa de vovó nelma, e lá fiquei juntamente com ela cantarolando hinos antigos, era uma maneira que tinha dela lembrar de mim, visto que ela está com alzheimer e que incrivelmente essas musicas a remetem a mim! Logo após, fui ver a minha lindona que no próximo sábado completará um ano de vida! Muito delicinha, ela tá enorme e espertinha! E surpresa: cheguei lá e estava a flor e a sá. Depois eu e flor fomos dar um rolé em PS, ela me mostrou o local aonde está trabalhando! Combinamos que amanhã iremos todas nos encontrar!!!
Finalmente cheguei em casa, estendi as roupas que estavam na máquina, fui ao carro, peguei as compras, tirei-as uma a uma da sacola e recebo a tenebrosa notícia do meu pai, a qual me fez ficar com as orelhas vermelhas: "Cotinha, por fora do dinheiro que lhe dou, seu cartão já estrapolou 900 reais esse mês, preciso que vc me entregue-os senão irei falir" sem ter o que dizer, entreguei todos os cartões... não fiquei chateada com ele pois eu sei o quanto meu pai luta para sustentar 3 filhos (sim ainda somos 3),mas fiquei chateada comigo mesma pois estou com 22 anos e ainda não ganho meu próprio dinheiro. Várias questões me atravessam nesse mundo que sou introduzida a todo "formatura-formarmilia-formartudo". Não quero levar uma vida medíocre e burguesa, mas a todo tempo cobro de mim uma vida segura e cheia de obrigações. Ao mesmo tempo que tento me desprender, desapegar, algo me puxa pra cidade provinciana trirriense, para as tradições da família, para a severidade da vida burguesa. (sem o dinheiro, quem consegue viver?) Para tomar uma cerveja no buteco, lá está ele R$3 a Itaipava, pra me locomover, tbm está ele R$2,20, pra me alimentar tbm está ele, energia, sanemamento, tudo tudo tudo ele está em tudo! è, não tem mesmo como fugir do sistema! Se é pra ganhar dinheiro, que seja de maneira justa, sem essa coisa de mais-valia, exploração alheia. Temos nos acostumamos tanto com as irregulariadades, que ás vezes naturalizamos toda a corrupção. A maioria dos homens foram criados para viver e não pensar. E eu sofro por querer pensar.